terça-feira, 8 de novembro de 2011

[Review] As I Lay Dying - Decas (2011)


Há 10 anos, nascia uma das mais importantes bandas do cenário atual do Metal. Através de seu debut, "Beneath The Encasing Of Ashes" (2001), o As I Lay Dying abria caminho entre bandas de renome, para fazer a sua própria história, num sub-gênero que ganha novos adeptos a cada dia, mantendo assim acesa a chama do Heavy Metal para as novas gerações. Uma banda formada por jovens cristãos de pensamento inteligente, e hoje, considerados, por muitos, como a principal banda de Metalcore do mundo.
Uma década depois, com 6 álbuns de estúdio e 1 DVD lançados por uma das maiores produtoras mundiais (a Metal Blade Records), entre turnês intermináveis e premiações, chega a vez de Tim Lambesis e cia. comemorarem tanto tempo de estrada.
"Decas" é um álbum comemorativo, que capta a essência da história da banda, festeja de uma forma descontraída a irreverência de seus membros.

O álbum, em si, é composto de 12 faixas - sendo 3 inéditas, 4 covers, 1 regravação e 4 remixes(!). Portanto, vou dividir essa resenha por partes:

INÉDITAS

O CD já inicia com novas composições, que remetem às influências dos trabalhos anteriores do AILD: "An Ocean Between Us" (de 2007) e "The Powerless Rise" (2010). A já conhecida do público "Paralysed" é a melhor entre as 3 faixas. A letra é uma das melhores já compostas pela banda. "From Shapeless To Breakable"é porrada pura! "Moving Forward" parece ter mais influências da banda paralela do baixista Josh Gilbert, a Year One. É a faixa mais melódica das três inéditas.

COVERS

Assim como o "The Covering" do Stryper em 2010, "Decas" deve causar polêmica entre os fãs mais conservadores da banda e aqueles mais religiosos. Afinal, uma banda cristã fazendo cover de Slayer e Judas Priest é, no mínimo, algo a se comentar. Mas não irei afomentar essa questão aqui. Fica a cargo de cada um, até porque eu mesmo não tenho uma opinião 100% formada sobre isso.

"War Esemble" (Slayer) consegue captar a essência de um Thrash Metal poderoso, cheio de adrenalina e porrada sonora. Ficou muito boa! A banda já havia gravado essa faixa anteriormente para o jogo de guerra "Homefront".

"Hellion" e "Electric Eye" (do Judas Priest) podem ser consideradas uma só: introdução e desenvolvimento. Mais uma versão que ficou ótima. A banda conseguiu mesclar o seu Metalcore com a essência do Heavy Metal Tradicional. Sem contar Tim e Josh alternando as vozes, o que deu um show na faixa. Meu amigo Felipe Maioli (vocalista da banda secular Premutus) disse que esse é o melhor cover de Judas Priest que ele já escutou.

A seguir, temos a curta (40s) "Coffee Mug". Confesso que desconheço essa talDescendents. Mas enfim, a faixa ficou animal!

REGRAVAÇÃO

"Beneath The Encasing Of Ashes", a faixa que dá título ao 1º álbum lançado pelo AILD, ganhou uma nova versão aqui. E devo dizer que, na minha opinião, ficou muito superior à versão original. Muito mais trabalhada, com uma produção caprichada e os guturais de Tim, muito melhores que os daquela época. Melhor faixa do álbum, na minha opinião.

REMIX´S (!)

É, isso vai causar estranheza em quem ouvir o álbum. E podem estar certos que a polêmica sobre essas faixas será muito maior que os covers descritos anteriormente.

Ok, de todos os outros estilos musicais, o techno/dance/eletrônico é o mais suportável pra mim (principalmente se houver só batidas, sem voz). Mas nesse caso, a banda fez uma mistura inusitada. Claro, já ouve bandas que tentaram isso antes, com resultados desastrosos, mas no caso do AILD, a banda parece ter investido um pouco mais de capricho na empreitada, para não parecer tão tosco assim. Funcionou? Não kkk

Obviamente, todos conhecem o senso de humor dos integrantes do AILD, principalmente de seu frontman, Tim Lambesis (ah, quem ai nunca ouviu o Austrian Death Machine?!). Então, se levarmos por esse lado, ainda mais num álbum comemorativo, dá pra engolir.

Há até algumas versões interessantes, como "The Blinding of False Light (Innerpartysystem Remix)" e a "Elegy (Big Chocolate Remix)". Nossa, nunca imaginei ouvir tantos bits eletrônicos numa faixa de metal kkk

Já a "Confined (Kelly Carnage Cairns Remix)" não achei legal. Além de toda a ´deturpação eletrônica´, a faixa em si ficou muito arrastada. E devo dizer que, para mim, Josh Gilbert faz vocais limpos muito melhores que o ex-baixista Clint Norris. Mas nesse caso, não colou, e eu achei a versão original com a voz de Clint muito melhor.

Como eu disse, essas últimas faixas não passam de pura zuação dos membros (eu espero! rsrs). Ainda assim, podem ser um tiro no pé!
Para os head´s mais fanáticos e aqueles que já não simpatizam muito com o Metalcore, essa ´investida´ pode virar motivo de piada e até uma mancha na trajetória do As I Lay Dying.

Por isso, eu espero que eles lancem um álbum só de inéditas no ano que vem. A banda já se consagrou e não precisa provar mais nada para ninguém. No entanto, é bom não manter acesa a lembrança de "Decas" por muito tempo!

NOTA 4/5

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