domingo, 20 de novembro de 2011

Folk Metal: Unindo o Cristianismo ao Metal Medieval - (PARTE 2)


E ae, galera! Dando continuidade à matéria sobre a influência da música medieval no Heavy Metal...Primeiramente, peço DESCULPAS pela demora, já que esta matéria me ocupo mais tempo do que eu imaginava e ,pra ajudar, fiquei alguns dias sem internet.
No post anterior, falamos sobre os celtas e o cristianismo, a música celta e sua influência no Rock, e consequentemente no Metal, gerando várias sub-vertentes. Também apresentei alguns álbuns que são considerados essenciais dentro do estilo e, brevemente, um resumo sobre o Folk Metal no Brasil. Se você quiser conferir a postagem completa, clique AQUI.


O FOLK METAL NO METAL CRISTÃO
* Cultura, Folclore, Religião, Estilos Musicais e Como Tudo Isso se Interliga

Talvez o que justifique a escassez de bandas de cunho cristão nesse estilo, é que um dos sinônimos para Folk Metal seja "Pagan Metal", e use de elementos atmosféricos da natureza, com utilização de instrumentos da cultura celta. Uma justificativa totalmente equivocada, ao meu ver. Analisemos bem: como apresentado no post anterior, a cultura celta, que tinha crenças e filosofias próprias, viu a quase-extinção da sua Antiga Tradição, com a chegada do Cristianismo pelo domínio do Império Romano. O cristianismo céltico influenciou muito na formação e desenvolvimento do Cristianismo na Europa, sendo inclusive peça-fundamental no "Cristianismo Português".


Já o termo "Pagan Metal" vem direto de outro sub-gênero do Metal: o Black Metal. Sendo um estilo sombrio, cru e agressivo que incorpora em suas letras temas como o satanismo e, em alguns casos, até o neo-nazismo, tornou-se um dos vários sub-gêneros a incluir elementos de folk metal em suas músicas, gerando assim o termo "Pagan Metal", por abordar o paganismo (em particular a mitologia nórdica) em suas letras. Bandas de Death Metal, com essa característica, também se enquadram no termo "Pagan". Exemplos disso, temos as bandas Bathory, Vintersorg, Enslaved, Moonsorrow, que falam sobre vikings, bárbaros, mitologia nórdica e natureza, em suas composições. Em outras palavras, o termo está ligado, exclusivamente, à religião pagã, e não aos costumes e tradicionalismo dos povos.

Procurei na Wikipedia o significado de "Folclore", e achei a seguinte resposta:

"Folclore é a ciência das tradições e usos populares, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições (...), que se transmitem através de (...) canções, danças, artesanatos, jogos, religiosidade, brincandeiras infantis, idiomas e dialetos característicos (...) e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.
A UNESCO declara que folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação.
(...)
Segundo Von Gennep: "O folclore não é, como se pensa, uma simples coleção de fatos disparatados e mais ou menos curiosos e divertidos; é uma ciência sintética que se ocupa especialmente dos camponeses e da vida rural e daquilo que ainda subsiste de tradicional nos meios industriais e urbanos. O folclore liga-se, assim à economia política, à história das instituições, à do direito, à arte, à tecnologia, etc., sem entretanto confundir-se com estas disciplinas que estudam os fatos em si mesmos de preferência à sua reação sobre os meios nos quais evoluem..."


Ou seja, "Folclore" não está direta ou exclusivamente ligado à lendas ou mitos de uma região. É algo muito mais abrangente do que isso, que influencia toda uma sociedade no seu dia-a-dia. Em outras palavras, não há nada de satânico ou pagão num estilo de música proveniente de outro país.

A própria palavra "Cultura" (do latim, colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é "aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade." Em Roma, na língua latina, seu antepassado etimológico tinha o sentido de "agricultura" (significado que a palavra mantém ainda hoje em determinados contextos). Cultura é também associada, comumente, a altas formas de manifestações artísticas/técnicas mais relevantes da humanidade, como a música erudita européia (o termo alemão "Kultur" - cultura - se aproxima mais dessa definição).

Como podemos ver, é totalmente equivocada essa idéia de que música celta e/ou medieval tenha a ver com religião ou mais especificamente, "paganismo". A própria Bíblia Sagrada afirma que todas as coisas foram criadas por Deus, no entanto o diabo entrou no coração de alguns homens para deturpar a idéia de criação, dando muitas vezes coisas como pertencentes e/ou "criadas" pelo diabo. Nos Salmos 150, está escrito: "Tudo o que tem fôlego, louve ao Senhor".
Por TUDO, refere-se à forma geral, independente de raças, culturas, etnias, sexo ou estilo musical.

E mais. Vejam o que diz outros trechos do famoso Salmo 150:

3 - Louvem a Deus com trombetas.
Louvem com harpas e liras.
4 - Louvem ao Senhor com pandeiros e danças.
Louvem com harpas e flautas.
5 - Louvem a Deus com pratos musicais.
Louvem bem alto com pratos sonoros.
6 - Todos os seres vivos, louvem ao Senhor.


Após essa belíssima passagem, fica ainda mais claro que muitas pessoas não lêem a Bíblia, ou pelo menos, não a lêem como deveriam. O fato dessa passagem incluir instrumentos medievais para adoração, derruba qualquer acusação ou pré-conceito referente a tipos e estilos de música.
Tanto as trombetas, as harpas, liras e os pandeiros são instrumentos "folclóricos", ou seja, fazem parte de uma "cultura" de povos que se utilizavam desses objetos para a música, como os israelitas e os próprios celtas. Assim também a dança, algo recorrente em festas, tanto cristãs como pagãs. Como dito, são instrumentos da época. Talvez o único recurso que aqueles povos tinham para fazer música, o que não exclui os instrumentos modernos como guitarra, contra-baixo, bateria ou violino dos louvores feitos hoje em dia. É ÓBVIO que não havia uma guitarra Les Paul na época de Moisés, assim como não havia tecnologia e nem mesmo templos (igrejas). Com o passar dos séculos, tudo foi se aprimorando; modo de vida, como vestimentas (roupas), meios de transporte, meios de comunicação, política e até mesmo a música. O ser humano evoluiu (em alguns aspectos), tornando assim seu modo de vida e suas ações mais facilitadas, por meio da ciência e da tecnologia.

A própria música "Gospel" tem uma origem calcada em diversas influências musicais, culturais e folclóricas. Veja um interessante resumo:

A música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-americanos por todo os Estados Unidos.

O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com suas música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi “beber” o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley. Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã. Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), Tourniquet (thrash metal) e Mortification (death metal), elevaram o “metal gospel” à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.


Como outros gêneros musicais, a criação, a performance, a influência, e até mesmo a definição de música gospel varia de acordo com a cultura e o contexto social.


BANDAS DE FOLK-ROCK/METAL CRISTÃO

Não há uma data exata de quanto esse estilo adentrou na cena underground cristã. É difícil até mesmo dizer qual foi a primeira banda cristã a integrar esse sub-gênero. Pra falar a verdade, eu não faço idéia de quem foi a pioneira nesse estilo, mas vou citar aqui as mais conhecidas, consideradas as mais importantes "bandas cristãs de Folk Metal".

HOLY BLOOD



Proveniente de Kiev, capital da Ucrânia, a Holy Blood deu início as suas atividades em 1999, mas só lançaram seu 1º álbum, "The Wanderer" em 2002.

Liderada por Fedir Buzylevych (vocal e guitarra), que também é pastor de uma comunidade underground, a banda consistia num som black metal. Apenas no segundo álbum, "Waves Are Dancing", o Holy Blood incluiu elementos folk em seu som extremo, sendo este considerado o principal álbum da banda. A mistura prosseguiu nos álbuns seguintes, até culminar em "Shining Sun", de 2010, na minha opinião, o melhor álbum da banda.


SLECHTVALK



Assim como o Holy Blood, a banda polonesa Slechtvalk (em polonês, "falcão peregrino") também surgiu em 1999, tendo lançado uma demo, "Cries of Haunted", ainda aquele ano. O mais interessante aqui é que a banda começou com apenas UM integrante. Shamgar, que hoje é vocalista e guitarrista da banda, também gravou o baixo, bateria, produziu, mixou e prensou esse trabalho. Assim também viria a acontecer no 1º álbum, "Falconry", de 2000. O álbum foi recebido positivamente, e rendeu algumas entrevistas com Shamgar para revistas holandesas de metal. Até então, o som da banda consistia apenas num black metal cru, bem nos moldes da velha cena extrema da Noruega.
Em seguida, juntaram-se à banda, Ohtar (guitarra), Nath (baixo), Grimbold (bateria), Sorgier (teclado) e Fionnghuala (vocal lírico) e gravaram "The War That Plagues The Land", ainda voltado ao black metal, porém já com um diferencial: as letras tomaram uma abordagem mais orientada para a fantasia e falavam, metaforicamente, sobre um senhor da guerra e seu falcão, passando por uma batalha de exércitos entre o bem e o mal, mas com a trama centrada no ponto de vista do falcão. Por essa razão, a banda passou a ser rotulada de viking black metal. A revista HM listou o álbum na posição #60 em sua lista "100 Melhores Álbuns Cristãos de Todos os Tempos". Já em 2005, o EP "Thunder of War" trouxe uma atmosfera mais sinfônica ao peso extremo da banda, inclusive com uma faixa cantada apenas por Fionnghuala. Assim, a banda também passou a ser rotulada como Symphony Unblack Metal, pois passou a integrar elementos dark e sinfônicos ao seu black metal, apostando num som cada vez mais épico. Esse resultado se viu ainda mais presente no 3º álbum de estúdio, "At The Dawn of War", que ganhou mais características de folk metal. A partir desse álbum, Ohtar - que passara a tocar baixo (com a saída de Nath)- passou a incluir vocais épicos (gregorianos) às músicas, o que realmente trouxe um diferencial na musicalidade do Slechtvalk. Ao mesmo tempo, a banda gravou o DVD "Upon The Fields of Battle", trazendo ainda mais uma novidade: todos os integrantes passaram a usar vestimentas medievais em suas apresentações e estampando fotos e banners promocionais da banda a partir de então - dando uma autenticidade ainda maior. Nessa formação, Seraph (irmão do baterista Grimbold) ingressou na banda como 2º guitarrista. Nesse período, outras mudanças no line-up ocorreram, sendo a mais significativa a saída da cantora Fionnghuala para se dedicar à sua carreira de música clássica. Quem também saiu foi o tecladista Hydrith, assim sendo substituído pelo ex-baixista Nath (agora conhecido como Premnath).

Em 2009, a banda assinou com uma nova gravadora, a alemã Whirlwind Records, trazendo um novo tempo para a banda. Com uma maior divulgação de seu material e um novo logo, a banda partiu para seu 4º lançamento, "A Forlorn Throne", um verdadeiro épico, considerado até agora por muitos (inclusive eu!) como o melhor álbum da banda. A HeavyMetal.no descreveu o último álbum como "um álbum brutal e memorável que pode suportar comparações com Mänegarm, Amon Amarth e o clássico 'At The Heart of Winter era Immortal". O álbum traz menos elementos folk, porém mais sinfônicos, com uma pegada de death metal mais dominante sobre o black metal. Enfim, considerado um dos melhores álbuns no estilo em 2010.


ILLUMINANDI


Formada em 1998, na cidade polonesa de Debica, por Jan Trebacz (vocal e guitarra) e Aleksander Koziol (voz gutural e guitarra), o Illuminandi resulta de uma complexa mistura de metal sinfônico, gothic metal, folk metal europeu e medieval, música clássica e até alguns elementos de death/unblack metal. Formaram também a banda, Aleksander Kraszkiewicz (baixista), Antonina Witkowska (celo, mais tarde esposa de Kraszkiewicz), Patrycja Pyzinska (violino e vocal) e Szymon Grych (bateria), o que tornou a banda um sexteto. Sendo todos os seus integrantes católicos, a proposta do Illuminandi, desde o início, era compor cujas letras abordassem como temática o Cristianismo, a Bíblia e o altruísmo, servindo as composições como um meio de levar mensagens cristãs a seus fãs. A banda tornou-se mais conhecida em 2002, quando começou a se apresentar em diferentes festivais da Polônia. Em 2000 e 2002, duas demos foram lançadas, tendo esta última despertado uma grande aceitação por parte de fãs e da crítica. Os resultados foram tão positivos que o Illuminandi assinou um contrato com a gravadora Bombworks Records. Em 2003, gravaram um registro ao vivo, intitulado "Koncert", e em 2005, suas demos foram relançadas na forma de uma compilação chamada "In Beginning". Por esta época, a banda apresentou-se em programas na TV polonesa, mais especificamente nos canais TVP1 e TV Polonia. Com suas composições sempre cantadas em polonês (apesar de, curiosamente, seus títulos aparecerem invariavelmente em inglês), a banda lançou, em 2006, o EP "Illumina Tenebreas Meas" (o nome, em latim, significa "Iluminando Minha Escuridão"), contendo 5 faixas. Tais músicas eram mais pesadas que as até então gravadas, além de serem também melhor trabalhadas e produzidas. Nesta fase, a banda ainda contava com o vocal extra de Rajmund "Melon" Jelén, dono de uma voz bastante agressiva, que combinava com o direcionamento musical do Illuminandi. Em 21 de abril de 2007, o Illuminandi apresentou-se em um festival de heavy metal na Suíça, realizando assim sua primeira apresentação fora da Polônia. Os próprios integrantes da banda mostraram-se surpresos pelo fato de haverem conquistado fãs fora da sua terra natal, uma vez que suas músicas são cantadas em seu idioma pátrio. Ainda no mesmo ano, a banda passou por mudanças em sua formação, sendo a saída do vocalista Rajmund Jelén, por motivos pessoais, a mais marcante delas, bem como a da violinista Patrycja Pyzinska. A saída de Pyzinska deixou a banda sem vocal feminino, além de Antonina Kraszkiewicz ter de passar não apenas celo, mas violino.
Em 2009, a banda entrou em estúdio para gravar seu "primeiro álbum de fato". O trabalho, contendo dez composições, recebeu o nome de "In Via" (que, em latim, significa "No Caminho") e foi lançado oficialmente em 2010. Apesar de gravar esse álbum apenas quando já contava com doze anos de existência, não tendo portanto uma discografia extensa, o Illuminandi conseguiu a façanha de conquistar fãs em diversos países, apesar de suas músicas em polonês. Além disso, a banda apresentou-se em países como Alemanha, Ucrânia, República Tcheca e Suíça, além de diversos festivais em sua terra natal.


POSPOLITE RUSZENIE


Uma das características mais legais nesse estilo, é que a maioria das bandas não pertencem aos EUA, sendo muitas delas de países já com uma cultura próxima ao antigo medievalismo, o que aproxima mais as bandas de uma atmosfera legítima do Folk Metal.

O Pospolite Ruszenie, também da Polônia, é uma banda que reuniu músicos de diferentes estilos musicais; do rock/metal ao da música folclórica antiga. A formação da banda conta com membros das bandas Open Folk, Illuminandi e Rumor. As letras são em linguagem da poesia polonesa antiga. Em 2011, a banda lançou seu 1º EP, "Swiebodnosc", contendo 3 faixas - na minha opinião, um dos (senão o melhor) trabalho já lançado no estilo Folk Rock.


OSKORD


O Oskord surgiu em 2008, após a saída de todos os membros (com exceção do vocalista e líderFedir Buzylevych) da banda de folk/black/death metal Holy Blood. Tais integrantes eram: o guitarrista Serhiy "Mozart" Nahorny, o baixista Oleksiy "Axxent" Andrushenko e o baterista Dmytro Titorenko.

O motivo da saída deles foi por uma desentendimento com o líder Fedir. Após 5 anos juntos, todos os membros decidiram por unanimidade retirarem o tecladista Vlad Malitsky, devido a sua falta de disciplina e sua relação irresponsável com a missão da banda. Então, Fedir propôs que sua esposa, Vira Kniazeva, poderia ocupar a vaga de tecladista (ela já havia cooperado com a banda de 2001-2005, antes de sua saída). Mas os demais membros (Serhiy, Oleksiy e Dmytro) não concordaram com essa oferta. No entanto, após o retorno da banda à Ucrânia (seu país de origem), Fedor informou a todos os integrantes que Vira agora fazia parte da banda. Houve, então, 2 reuniões em que essa questão foi discutida, na tentativa de encontrar uma maneira de resolverem esse problema. Apesar dos demais integrantes afirmarem que não permaneceriam na banda se Vira se juntasse a eles, Fedir permaneceu firme em sua decisão. Assim, Serhiy, Oleksiy e Dmytro não tiveram outra escolha a não ser deixar o Holy Blood.

Num comunicado oficial, os ex-membros do Holy Blood anunciaram:
"Estamos a procura de um vocalista e um guitarrista para continuar nossa missão de servirmos a Deus, com um novo nome. Estamos cheios de potencial, energia e criatividade. Como antes, contamos com o apoio dos fãs e em breve vocês poderão ouvir algo da nova banda. "E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". (Romanos 8:28)"

Nesse meio tempo, enquanto Fedir recrutava novos músicos e lançava o (ótimo) "Shining Sun" em 2010, com o Holy Blood.... a nova banda, agora chamada Oskord, ganhara seu primeiro reforço, Andrey Yakovenko, que tocara flauta algumas vezes com o Holy Blood em seus shows.

Em setembro de 2009, o Oskord encontrava seu vocalista, Grigory Nazarov, da banda Coram Deo. E em 10 de julho de 2010, a banda fazia sua primeira apresentação no festival Total Armageddom.

2011 marca o lançamento de seu 1º CD, "Weapon of Hope", lançado pela Soundmass (a mesma das bandas Malchus, Synnöve, Martyr's Shine e Terraphobia).

"Oskord" é uma antiga palava Eslavo, que significa armas afiadas na forma de um grande machado com cabo longo. A Bíblia diz muito sobre armas espirituais: "Colocar a armadura de Deus, para que sejais capazes de permanecer firmes contra as astutas ciladas do diabo"(Efésios 6:11). A Bíblia também diz que a espada do Espírito é a Palavra de Deus, e "não temos que lutar contra carne nem sangue, mas contra os principados e potestades desse mundo"(Efésios 6:12).
"Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força, mas a sabedoria é proveitosa para dirigir" (Eclesiastes 6:12).
- Queremos que o nosso machado espiritual esteja sempre afiado e pronto para a batalha - declara a banda.

TEHILIM CELTIC ROCK


Formado em 2005, o Tehilim Celtic Rock é uma banda brasileira que faz uma mistura bastante intensa e interessante com rock, música celta e folk. Embora existam diversas bandas que explorem essa mistura, o Tehilim procura focar sua música no cristianismo. A banda é liderada por César Ricky Mendes, e tem em sua esposa, Jackie M. Mendes, o principal apoio para essa empreitada. Em 2009, o Tehilim lançou seu segundo CD, "Grace", gravado ao vivo em estúdio e bastante visceral.
O primeiro CD, “Celtic Inspirational Rock”, surgiu como um projeto, mas nem por isso deixa de ser fundamental na carreira do grupo. O grupo lançou o CD “Shine in The Darkness”, em 2010, seu terceiro trabalho, onde o diferencial está nas músicas mais centradas nos vocais.
Atualmente, em meio aos compromissos musicais, a banda se prepara para gravar o 4º CD.



* OUTRA BANDAS

Algumas bandas não se enquadram no termo "Folk Metal" ou suas sub-vertentes, porém, incrementam elementos característicos de uma época mais antiga e épica, utilizando teclados e violinos/violoncelos, geralmente mesclando o metal extremo (black metal e death metal) com gothic metal e/ou música sinfônica. Entre estas, podemos destacar:


- From Ashes (dark metal/gothic extreme)
Formada em 2001, na cidade de Espoo - Finlândia, utiliza violoncelos e vocais gregorianos, além dos vocais guturais).

- Antestor (em sua fase inicial "Sorrow Metal", ou simplesmente Doom Black Metal)
Considerada uma das principais bandas de Unblack Metal, sua fase inicial consistia numa sonoridade mais melancólica e deprimente, com teclados e sintetizadores se sobressaindo às guitarras, além de vocais tristes. Essa fase, chamada pelos membros de "Sorrow Metal", também pode ser rotulada como Doom Black Metal.

- Virgin Black (gothic/doom/death Metal)
Esses "seres" da Austrália praticam com maestria um dos melhores gothic metal que eu já ouvi. Com álbuns extremamente melancólicos, carregados de uma atmosfera clássica-miedieval, com elementos de Doom e Death Metal. Seu álbum "Requiem: Mezzo Forte", produzido em parceria com a The Adelaide Symphony Orchestra, é o meu preferido e é praticamente impossível de descrevê-lo aqui, tamanha genialidade!

- Crimson Moonlight (symphony unblack metal)
Seu EP, "Eternal Emperor", de 1998, consegue mesclar bem um gélido unblack metal com sinfonias obscuras e clássicas. Pena que depois, a banda abandonou essa parte sinfônica.

- Ancient Prophecy (doom/ambient/dark metal)
Com álbuns que focam mais no instrumental do que nas vozes, esta é uma banda que pratica um bom Doom metal, mesclado a música Ambient e o Dark Metal, com belíssimas passagens de teclado, que passeiam entre os estilos citados e a música clássica, produzindo um som relaxante e reflexivo.

- Deep Still (celtic worship music)
Excelente grupo de músicos que praticam a música celta, com todas as suas características folclóricas, porém com letras que exaltam a Jesus Cristo.

- Theocracy (power metal progressivo, em seu álbum "Mirror of Souls")
O Power Metal, apesar de geralmente não possuir elementos folk, é um dos gêneros que mais se aproxima da atmosfera épica-medieval, com bandas que apostam em letras sobre dragões, castelos e batalhas épicas. O Theocracy consegue captar essa "atmosfera" através de seus excelentes músicos. O 2º álbum da banda, "Mirror of Souls", utiliza-se em determinados momentos de teclados e violões, em contrastes com solos virtuosíssimos de guitarra. Destaque para as faixas "Laying The Demon To Rest", "Bethlehem" (lindíssima!) e a e a épica "Mirror of Souls" (com 22 minutos de duração).

- 7Days (melodic/symphony power metal)
Seu álbum de estréia "The Weight Of The World" possui passagens que poderiam muito bem integrar a trilha sonora de "O Senhor dos Anéis". Momentos épicos que mesclam com perfeição música clássica e sinfônica com passagens góticas, como em "Redeemer", "Confession", "The Darkest Winter", "Fall Again" e "Where Are You".


CONCLUSÃO

É inegável que o Folk Metal é um dos sub-gêneros mais intrigantes do Heavy Metal. É também um dos mais belos e fascinantes. Espero que tenham gostado desta matéria. Foi muito divertido pesquisar a história por trás desse estilo que tanto admiro e aprecio, e poder compartilhar com você(s) internauta(s).

Preparem-se, pois vem mais por aí!

Grande abraço,
God Bless!


Fontes e Referências:

- Folclore e Cultura (Wikipedia)
- Bíblia Sagrada



5 comentários:

  1. Muito bom cara , parabéns por esse trabalho deve ter sido um trampo daqueles mais muito admirável também curto d+ op genero folk e por ser cristão tenho a mesma visão biblica que vc compartilhou nesse tema acima , que Deus continue te illuminandi (kkkk) .

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  2. Parabéns pelo artigo, ficou muito bom!!!!
    Eu apenas queria achar uma banda que executasse o som parecido com o korppiklani ou como o thuata de dannan. São as melhores bandas de folk metal na minha opnião.

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  3. Parabéns pelo post! Eu comecei a pouco tempo a me interessar por música celta e folk metal, vou pesquisar estas bandas valeu.

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  4. Como vcs cristãos são cara de pau mas sabe...eu entendo,entendo mesmo. Vcs devem ter muita vergonha de ser o que são. Motivo de piada...rs

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