"Deus usa as coisas LOUCAS desse mundo para confundir os SÁBIOS... e usa pessoas diferentes e aparentemente desprovidas de valor para a realização de uma obra sobrenatural" (1 Cor. 23-29)
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Relembrando os bons tempos.... #01
terça-feira, 22 de novembro de 2011
† R.I.P. Steve Osborne † (ex-Bride)
domingo, 20 de novembro de 2011
Folk Metal: Unindo o Cristianismo ao Metal Medieval - (PARTE 2)
A música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-americanos por todo os Estados Unidos.
O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com suas música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi “beber” o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley. Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã. Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), Tourniquet (thrash metal) e Mortification (death metal), elevaram o “metal gospel” à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.
Não há uma data exata de quanto esse estilo adentrou na cena underground cristã. É difícil até mesmo dizer qual foi a primeira banda cristã a integrar esse sub-gênero. Pra falar a verdade, eu não faço idéia de quem foi a pioneira nesse estilo, mas vou citar aqui as mais conhecidas, consideradas as mais importantes "bandas cristãs de Folk Metal".
HOLY BLOOD
Proveniente de Kiev, capital da Ucrânia, a Holy Blood deu início as suas atividades em 1999, mas só lançaram seu 1º álbum, "The Wanderer" em 2002.
Liderada por Fedir Buzylevych (vocal e guitarra), que também é pastor de uma comunidade underground, a banda consistia num som black metal. Apenas no segundo álbum, "Waves Are Dancing", o Holy Blood incluiu elementos folk em seu som extremo, sendo este considerado o principal álbum da banda. A mistura prosseguiu nos álbuns seguintes, até culminar em "Shining Sun", de 2010, na minha opinião, o melhor álbum da banda.
SLECHTVALK
Assim como o Holy Blood, a banda polonesa Slechtvalk (em polonês, "falcão peregrino") também surgiu em 1999, tendo lançado uma demo, "Cries of Haunted", ainda aquele ano. O mais interessante aqui é que a banda começou com apenas UM integrante. Shamgar, que hoje é vocalista e guitarrista da banda, também gravou o baixo, bateria, produziu, mixou e prensou esse trabalho. Assim também viria a acontecer no 1º álbum, "Falconry", de 2000. O álbum foi recebido positivamente, e rendeu algumas entrevistas com Shamgar para revistas holandesas de metal. Até então, o som da banda consistia apenas num black metal cru, bem nos moldes da velha cena extrema da Noruega.
Em seguida, juntaram-se à banda, Ohtar (guitarra), Nath (baixo), Grimbold (bateria), Sorgier (teclado) e Fionnghuala (vocal lírico) e gravaram "The War That Plagues The Land", ainda voltado ao black metal, porém já com um diferencial: as letras tomaram uma abordagem mais orientada para a fantasia e falavam, metaforicamente, sobre um senhor da guerra e seu falcão, passando por uma batalha de exércitos entre o bem e o mal, mas com a trama centrada no ponto de vista do falcão. Por essa razão, a banda passou a ser rotulada de viking black metal. A revista HM listou o álbum na posição #60 em sua lista "100 Melhores Álbuns Cristãos de Todos os Tempos". Já em 2005, o EP "Thunder of War" trouxe uma atmosfera mais sinfônica ao peso extremo da banda, inclusive com uma faixa cantada apenas por Fionnghuala. Assim, a banda também passou a ser rotulada como Symphony Unblack Metal, pois passou a integrar elementos dark e sinfônicos ao seu black metal, apostando num som cada vez mais épico. Esse resultado se viu ainda mais presente no 3º álbum de estúdio, "At The Dawn of War", que ganhou mais características de folk metal. A partir desse álbum, Ohtar - que passara a tocar baixo (com a saída de Nath)- passou a incluir vocais épicos (gregorianos) às músicas, o que realmente trouxe um diferencial na musicalidade do Slechtvalk. Ao mesmo tempo, a banda gravou o DVD "Upon The Fields of Battle", trazendo ainda mais uma novidade: todos os integrantes passaram a usar vestimentas medievais em suas apresentações e estampando fotos e banners promocionais da banda a partir de então - dando uma autenticidade ainda maior. Nessa formação, Seraph (irmão do baterista Grimbold) ingressou na banda como 2º guitarrista. Nesse período, outras mudanças no line-up ocorreram, sendo a mais significativa a saída da cantora Fionnghuala para se dedicar à sua carreira de música clássica. Quem também saiu foi o tecladista Hydrith, assim sendo substituído pelo ex-baixista Nath (agora conhecido como Premnath).
Atualmente, em meio aos compromissos musicais, a banda se prepara para gravar o 4º CD.
domingo, 13 de novembro de 2011
Folk Metal: Unindo o Cristianismo ao Metal Medieval - (PARTE 1)
A primeira dificuldade para se definir o que é esse tal de “folk metal” é definir o que exatamente é a música “folk”. A mídia costuma confundir muito (de forma justificável) o significado do rotulo “folk”, por que ele tem realmente mais de um significado. Por exemplo, se você perguntar para um fã de Bob Dylan ou Joan Baez o que é música folk, certamente ele ira responder que se trata de músicas cantadas com violão e com letras sociais. Mas no caso do “folk metal” a palavra “folk” refere-se a música folclórica de um país qualquer.
Outro ponto em que o público de metal costuma confundir-se é na diferença existente entre a música medieval e a música folclórica. A música medieval é a música de um período histórico e a música folclórica é a música de um determinado povo não importando a época. Apesar disso a música do período medieval ainda estava muito ligada à música do povo (folclórica), e a linha entre a música erudita e a música popular era muito tênue, então para quem não ouviu muitas vezes a música medieval é fácil confundi-la com a música folclórica dos celtas, por exemplo.
MÚSICA CELTA
O termo música celta é muito controverso, pois os celtas como povo identificável não existem mais. Existem, sim, os povos em que a influência dos celtas é mais visível, como nas chamadas sete nações celtas: Escócia, Irlanda, Pais de Gales, Bretanha (região da França) , Galícia (Espanha) , Cornualha (Inglaterra) e a Ilha de Mann (Grã Bretanha) , assim como os paises que sofreram influência desses povos, tais como os EUA e o Canadá (em sua região Norte). Confunde-se muitas vezes a new age com a música celta, mas o fato é que esse estilo tem muito pouco em comum com a música tradicional. A música tradicional celta é composta por danças tais como as reels, as jigas, valsas, marchas, entre outras, que podem ser tocadas por violinos, acordeons, flautas, whistles (espécie de flauta irlandesa) , banjo (usado mais nos EUA) , gaitas de foles, bodhran (instrumento de percussão) , etc. Existem também canções e baladas cantadas acompanhadas pelos instrumentos citados.
Quando perguntei a um gaiteiro da Bretanha o que era música tradicional celta, ele respondeu: “A música vem principalmente de uma região remota da Grã Bretanha. Os bretões (franceses) vieram do sul da Escócia (estreito de Clyde) , de Lancashire, e do país de Gales. Assim todos esses povos mantiveram influências em comum. A música continuou em alguns aspectos alheia à influência moderna. Porem 95% da música consiste de influencia pós –barroca”.
Gaita-de-Foles: O instrumento mais comumente associado ao mundo celta é a gaita-de-foles. Porém o instrumento foi pela primeira vez tocado no Oriente Médio, espalhando-se mais tarde por quase toda a Europa. Por isso não se espante se você encontrar gaiteiros em paises nada célticos como a Bulgária ou Hungria, pois a gaita de foles era (ainda é) um instrumento muito comum e cada cultura a utiliza de seu próprio modo.
Música dos paises nórdicos: A música dos países de cultura viking (Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia) consiste de danças como a polska (polca) e o schottish entre outras. Nos dias de hoje utiliza-se muito o acordeon e o violino, porém instrumentos mais antigos como a gaita-de-foles e a harpa de boca (que produz um som parecido com o de uma mola!) ainda estão presentes na música folclórica desses países. Os finlandeses por terem origem fino-ugrica possuem cultura diferente dos demais paises nórdicos. A música do país é dividida em duas épocas; a antiga ou Kalevala (esse nome refere-se a saga épica dos finlandeses) em que eram utilizados o Kantele (espécie da harpa finlandesa) e o jouhikko (espécie de lira tocada com arco) ; e a época chamada “palimanni” em que a utilização do violino e de danças oriundas de outras partes da Europa (como a polca que tornou-se a Humppa finlandesa) são marcantes.
Música da Idade-Média: refere-se no inicio a músicas de cunho religioso como o canto gregoriano, que surgiu entre 750-850 d. c. provavelmente de origem romana, e acabou tornando-se o canto oficial da igreja católica. No século 14 com o surgimento do movimento “Ars Nova” foi introduzido o contra-ponto (sobreposição de melodias) à música. Da produção de música secular (não religiosa) na idade media destaca-se a música dos trovadores e as canções da obra imortalizada pelo compositor Carl Orff “Carmina Burana”.
De acordo com a wikipédia “Música medieval é o termo dado à música típica do período da Idade Média durante a História da Música ocidental europeia. Esse período iniciou com a queda do Império Romano e terminou aproximadamente no meio do Século XV. “
Muitas vezes a musica medieval hoje em dia é ligada ao Metal, com guitarras e ritmos mais rapidos ou mais melancolicos,normalmente usada em filmes medievais fictícios (como "O Senhor Dos Anéis"). Há uma grande diferença no ritmo que vem da Irlanda entre outros, do ritmo que vem da Europa.
Estes são os principais elementos para uma banda ser considerada folk metal.
- A presença de instrumentos musicais folclóricos (gaita-de-fole, violino, flauta, harpa, etc.) ou apenas o som destes feito por um teclado ou sintetizador.
- Ritmos e melodias feitos com os instrumentos usuais do heavy metal, cuja sonoridade remete à música folclórica.
- Linhas vocais típicas da música folclórica.
- Letras com temas folclóricos ou mitologicos.
- NOTA: Bandas que usam temas folclóricos em suas letras mas não possuem esta influência em suas melodias geralmente não são consideradas como bandas de folk metal.
- CRIANDO O FOLK METAL!
Podemos considerar as bandas de folk rock do final dos 60, tais como o Fairport Convention, Steeleye Span, Albion Band como os "avós" do folk metal, pois foram eles os primeiros a colocarem guitarras baixo e bateria, enfim colocar certo peso na música folk, porem somente vinte anos após foi que o folk-metal surgiu.
SKYCLAD: Os pioneiros do folk metal surgiram em 1990 quando dois integrantes da banda de metal tradicional Pariah, Steve Ramsey e Greame English, juntaram-se com o vocalista do Sabbat (banda de thrash). Logo no primeiro play da banda os rapazes incluíram duas faixas com a presenca de um violinista. Essas duas faixas tornaram-se então as músicas que mais chamaram a atenção do publico, fato que fez com que a banda contratasse uma violinista fixa. Apesar de o Skyclad ser considerado o pioneiro do folk metal suas influencias vão muito alem da música celta. Alem disso ao contrário da maioria das bandas do gênero as letras do Skyclad têm enfoque voltado para problemas políticos e assuntos pessoais. (Site oficial: www.skyclad.co.uk)
Hoje em dia temos os Eluveitie, Cruachan, Korpiklaani entre muitos outros.
O folk metal é bastante popular em países como Noruega, Finlândia e Suécia onde sofrem bastante influência do black metal.
SUB-GÊNEROS:
* Celtic: Heavy Metal mesclado com música celta folclórica.
Algumas bandas - Skyclad, Cruachan, Anabioz, Hyubris, Blackmore's Night, Eluveitie e Mago de Oz.
* Viking: Heavy Metal mesclado com música folclórica nórdica.
Algumas bandas - Runic, Arkona, Moonsorrow, Otyg, Týr, Vintersorg, Ensiferum, Enslaved, Amon Amarth
* Mittlelalter-Rock: Heavy Metal influenciado pela música da Idade Média, suas letras geralmente tratam de assuntos históricos, cantatas e sobre a cultura cristã.
Algumas bandas - In Extremo, Holy Blood, Morngestern
* Andean: Heavy Metal mesclado com a música folclórica dos Povos Andinos, usando instrumentos típicos da cultura Andina, em especial, a mitologia inca.
Algumas bandas: Toccata Magna, Tierramystica, Chaska, Tenochtitlan
*Middle-Eastern: Heavy Metal mesclado com a música folclórica do oriente-médio e oriental (Israel, Sudeste Asiático).
Algumas bandas: Orphaned Land, Rudra, The Firstborn, Ulytau
ÁLBUNS IMPORTANTES DO ESTILO
Como em qualquer outro estilo ou sub-gênero, o Folk Metal possui álbuns que ajudaram a lapidar e consagrar essa vertente. Entre alguns trabalhos essenciais e clássicos do Folk Metal, estão:
* Holy Blood - "Waves Are Dancing"
* Amorphis - "Far From the Sun", "Alone" e "Am Universum"
* Isengard - "Vinterskugge"
* Skyclad - "The Wayward Sons of Mother Earth", "Irrational Anthems", entre outros
* Cruachan - "The Middle Kingdom", "Ride On", "Folk-lore", "Pagan" e "The Morrigan's Call"
* Haggard - "Eppur Si Muove"
* Finntroll - "Nattfödd"
FOLK METAL NO BRASIL
Tuatha de Danann, pioneira no Brasil, mistura de Heavy/Folk Metal influenciado pela música folclórica celta, com fortes marcas de som rápido e pesado, flautas, vocais guturais e as vezes vocais femininos.
Algumas publicações já falam no surgimento do chamado Brazilian Folk Metal, que seria a versão tupiniquim de Folk Metal. Em tal subgênero se observa, em meio aos instrumentos usuais ao Heavy Metal, o uso eventual de instrumentos como agogô, timba, cuíca, pandeiro, viola, craviola, flauta indígena, etc. As bandas procuram criar uma ponte que os aproxime não apenas do samba, mas também do baião nordestino, do choro, da MPB e da musicalidade indígena. As principais bandas deste incipiente estilo seriam Braia e Rafael Bittencourt em seu álbum solo de estréia, além do Angra em seu álbum "Holy Land".
NÃO PERCAM A CONTINUAÇÃO DESSE POST, FALANDO SOBRE OS ÁLBUNS CLÁSSICOS DESSE ESTILO E AS BANDAS CRISTÃS DE FOLK METAL. IMPERDÍVEL!
Fontes e Referências: