sexta-feira, 21 de outubro de 2011

[Review] Horde - Hellig Usvart (1995)


Jayson Sherlock
tem uma experiência incrível em fazer parte da História, no que diz respeito ao heavy metal e o, mais especificamente, o metal cristão. Um dos mais criativos e amados bateristas da cena (ficando atrás apenas de Ted Kirkpatrick), Jayson começou a carreira profissional na banda de heavy metal 80´s Lightforce, ao lado de seus futuros companheiros do Mortification,Steve Rowe e Cameron Hall. Dois álbuns pelo Lightforce. Após a saída do vocalista Steve Johnson; então Jayson, Steve e Cameron decidiram mudar o nome da banda e ousar algo mais brutal no som. Nasceu ai o Mortification, conhecida como a pioneira do metal extremo (death, thrash metal) na cena cristã. Com os álbuns "Break the Course", "Mortification" e "Scrolls of Megilloth", eles mudaram a cara do metal cristão e atingiram tanto headbangers seculares quanto "crentes" tradicionalistas (tapados!). Como se não fosse o bastante, Jayson fez parte da história mais uma vez, ao ousar ainda mais. Após sua saída do Mortification, ele gravou sozinho (todos os instrumentos e vocal), mixou, prensou e lançou a banda Horde com o álbum "Hellig Usvart", criando ali o chamado "unblack metal" (black metal cristão). Usando o pseudônimo "Anonymous" e escondendo-se em fotos com um capuz enorme na cabeça, apenas anos mais tarde, o mundo saberia quem havia sido o idealizador daquela idéia insana!

"Hellig Usvart" é inovador, é revolucionário, é polêmico, é amado, é odiado, mas é sobretudo um marco na história da música cristã e, por que não, um soco bem dado no meio do estômago de trOOs e do próprio Satã! Com letras bombásticas contendo o mais sincero, cru e direto cristianismo, Jayson falou o que tinha de falar, doa a quem doesse (e doeu né, Lúcifer?). Como o próprio dizia, Horde era um projeto ousado que tinha como único objetivo evangelizar. Tá ai um cara de atitude que não tem medo de se assumir servo de Cristo, dando a cara a tapa e sendo um verdadeiro guerreiro em nossa luta contra as trevas.

A capa por si só já apavora, com uma atmosfera totalmente sombria que te dá a sensação de ser um prenúncio do filme "A Bruxa de Blair". O título do CD, "Hellig Usvart" é norueguês (conforme a influência de Jayson, ao compor esse álbum nos mesmos moldes do velho black metal norueguês 80´s), e, em sua tradução em inglês, quer dizer "Holy Unblack", que acabou sendo muito usado por bandas cristãs de metal extremo para se rotularem. Como dito antes, as letras são o forte desse CD. Totalmente inspiradas e fortíssimas, escritas e proclamadas com ousadia e determinação. É só ouvir e ler a tradução das faixas "Invert the Inverted Cross" (Inverta a Cruz Invertida),"Blasphemous Abomination Of The Satanic Pentagram" (Abominação e Blasfêmia do Pentagrama Satânico) e "Week, Feeble And Dying Antichrist" (Débil, Fraco, Morrendo Anti-cristo) pra sacar o nível de autoridade desse cara!

Musicalmente falando, as músicas também não ficam pra trás. O que mais chama a atenção é o som cru e totalmente nervoso imposto no som, remetendo às origens musicais do black metal, diferente de hoje, onde muitas bandas utilizam mais harmonias, vocais femininos e efeitos sintetizados em suas músicas (absolutamente nada contra!). O som também não se deixa repetir. Jayson sabe fazer bons riffs na guitarra, sabe equilibrar o baixo e faz guturais tão extremos e vociferais, que parecem gritos cavernosos vindos de uma gruta escura e antiga, chegando a ser ininteligíveis. Mas é na bateria que ele se sobrepõe. Afinal, o estilo de tocar bateria dele é inconfundível!

Gravado pela Rowe Productions (a produtora de Steve Rowe), o álbum contém 12 faixas de tudo isso que eu descrevi acima para vocês. Quem curte unblack metal e metal em geral, tem que ouvir esse álbum e tirar suas próprias conclusões, pois trata-se de um material divisor de águas, o início de um sub-gênero, a revolução do metal na música cristã. Uma jóia que merece ser ouvida muitas vezes!

[PS: só cuidem pra não balançar demais a cabeça!]
Uma coisa é certa: depois deste CD, o diabo nunca mais dormiu em paz!

NOTA 5/5

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