[Review] Divinefire - Glory Thy Name (2004)

Christian Liljegren (ou Christian Rivel) é, sem sombra de dúvidas, um dos nomes mais conhecidos do metal cristão, tendo participado em N bandas, sendo as de maior destaque: Divinefire, Audiovisiom, Gold Ressurrection, Wisdom Call e a mais famosa delas, Narnia. Entre altos e baixos (sim, ele teve baixos também!), quando acerta, Christian é digno de aplausos. E um desses grandes acertos, na minha opinião, é esse ótimo"Glory Thy Name", o 1º CD da (outrora extinta e agora ressussitada) banda Divinefire. A intro "From Death To Life", que narra a passagem de Apocalipse 1:17-18, já prepara o ouvinte para o que promete ser algo épico, e não espere menos. O petardo inicia com "The World´s On Fire", que logo de início já seduz o ouvinte pela sua introdução atmosférica, seguido de riffs supervelozes, uma bateria enlouquecida e a voz épica de Christian. A letra fala sobre ressurreição e a segunda vinda de Cristo.

Eu vejo os avisos e sinais esta noite

O tempo está se esgotando e o Filho está chegando

A salvação para este mundo quebrado

O prêmio é pago para você

Receba o toque de cura

Não há como não se emocionar com essa faixa. Só ela deixa o álbum inteiro "Keepers of the Seven Keys" do Helloween no bolso! A seguir, temos aquela que podemos considerar o hino do Divinefire, "Never Surrender", dado as bandas que já fizeram cover dela. Com uma pegada veloz, lembra em alguns momentos uma fusão de power metal e speed metal. Ao lado da 1ª faixa, são as melhores do álbum. Acho que "The Sign" pode ser bem enquadrado na descrição de power symphonic metal epic, dada a sua combinação de power metal com música clássico-medieval. Outra belíssima faixa, que deixará qualquer fã do gênero orgulhoso. "Out Of The Darkness" já começa superveloz, com solos virtuosíssimos de guitarra. Até aqui a banda só dá continuidade ao excelente trabalho realizado desde a primeira faixa. "Pay It Forward" é a semi-balada do CD. Ficou bem legal, apesar de não ser uma das melhores do álbum. "Live My Life For You" é iniciada com uma mistura de teclados eminentes à medida que a guitarra salta dentro da mistura. Ela se move através de seu primeiro verso a um ritmo alegre ao ser amparado por harmonias vocais. Uma declaração de fé é feita durante o refrão:

Eu vou viver minha vida do Santo

A cruz me libertou

Vivo minha vida do Santo

"Free Like An Eagle" é uma faixa mais alegre, com muita pegada melódica, mas ao mesmo tempo rápida e pesada. Uma das melhores faixas do álbum.

Com 10min de duração, "The Spirit" é quase uma ópera-metal, intercalando momentos que vão desde o mais melódico, ao mais agressivo, com passagens sinfônicas, narrações épicas e uma inspiração que só pode ser divina (desculpem o trocadilho hehe), pois trata-se de uma belíssima canção, que aborda as questões da fé e da dúvida. A canção começa com uma sinistra mistura de guitarra e os teclados antes de um riff batendo duro, fortalecendo seu primeiro verso cantado por Rivel, que reflete os pensamentos de dúvida e confusão:

Pensamentos giram ao redor em minha cabeça

Eu ouço as vozes, eu estou fora de controle

Confusão, eu não posso ouvir a voz

Eu estou preso na minha gaiola, eu não posso ver a luz

Hubertus Liljegren (irmão de Christian) faz uma participação especial nos vocais, oferecendo uma mentalidade dissidente sobre a questão, utilizando para isso um vocal mais rosnado:

Esqueceu sua voz interior

Não há ninguém lá

Não há Deus Filho, e Espírito Santo

Acredite em si mesmo Isso é tudo

É ai que "The Spirit" é conduzido imediatamente pelo contra-baixo de Andreas, que orienta Liljegren, celebrando o fato de que Deus está verdadeiramente vivo:

Deus ouve meu chamado

Você já passou por tudo isso

Você ainda está vivo

Verdadeiro espírito de amor,

o verdadeiro espírito da vida

Na sequência de um minuto e meio, uma longa passagem instrumental é realizada pela guitarra de Carl Johan Grimmark (Narnia), e então surge outra participação nos vocais, de Fredrick Sjoholm (Veni Domine), que canta letras extraídas de João 14:13-16. Eric Clayton (Savior Machine), que já havia narrado a introdução de abertura do CD, assume o controle novamente e fornece a narração de João 14:17-19, antes de entregar as rédeas mais uma vez para Sjoholm, que recita João 14:20.

"The Way To Eternity" encerra o álbum com chave de ouro. Com apenas 1min45s, a faixa se resume a uma orquestração épica sinfônica, onde mais uma vez Eric Clayton oferece sua voz na narração de João 3:16-17. E assim se encerra "Glory Thy Name", que é, na minha opinião, um dos melhores trabalhos de power metal cristão. Um petardo bem executado, com um excelente trabalho realizado por grandes profissionais da cena, tanto instrumentalmente quanto liricamente. É, certamente, um dos melhores e principais (se não O principal) trabalho na carreira de Christian. Claro que tudo isso não seria possível sem uma banda bem entrosada, que além do vocalista, conta também com o multi-talentoso guitarrista/baterista/teclados Jani Stefanovic (Renascent, Essence of Sorrow, Crimson Moonlight, Miseration) e o baixista Andreas Olsson (Narnia, Harmony, Wisdom Call).

O álbum também conta com a participação dos guitarristas Torbjorn Weinesjo,Pontus Norgren e o conhecido Carl Johan Grimmark (Narnia, Rob Rock). Fredrick Sjoholm (Veni Domine) e Hubertus Liljegren fazem uma participação especial nos vocais, enquanto Eric Clayton (Saviour Machine) fornece a narração em três outras faixas. Um álbum para se adquirir e escutar quantas vezes for possível.

NOTA 5/5