Foi com os riffs matadores da polemica "Dr. Hatched" que eu conheci o Seventh Angel, em seu 1º álbum, "The Torment". Thrash Metal veloz e destrutivo, com vocais agressivos. Infelizmente, nunca tiveram o devido reconhecimento. Em seguida, lançaram "Lament for the Weary" e encerraram suas atividades. Quase 20 anos depois, Ian Arkley (Vocais/Guitarras), Andrew "Tank" Thompson (Bateria), Simon Bibby (Guitarra/Vocal/Teclado) e Mark Broomhead (Baixo) se reuniram para lançar um novo material, intitulado "The Dust of Years".
E o que aconteceu? Bandas que voltam a se reunir apos muito tempo separadas, tendem a mudar. E com o Seventh Angel não foi diferente. No entanto, essa mudança pode ser vista, na verdade, como uma "continuação" dos trabalhos anteriores do grupo.
Ian Arkley é mais conhecido por seus trabalhos no Doom Metal, com as bandas Paramaecium, Ashen Mortality e My Silent Wake. Tal influencia era sentida, ainda que discretamente, nos primeiros álbuns, e aqui ela conduz o álbum. O vocal de Ian também esta mais para o Death Metal!
"The Dust of Years" começa com a excelente "Chaos of Dream". Uma mistura de Thrash Metal (em momentos que ate lembram o Sepultura) e o Doom Metal (com vocais que lembram o Ancient Prophecy). Uma das melhores faixas do petardo.
"The Turning Tide" inicia com o belo trabalho de guitarras de Ian e Simon. Tank também faz um ótimo trabalho com a bateria. Peso, intensidade e melodia na medida certa, com altas doses de batidas Thrash e riffs melódicos hardcore.
"Exordium" inicia numa linha melódica, meio hardcore, mas ai mostra sua veia Doom. Em alguns momentos, ate lembra o Paramaecium (outra das bandas de Ian). Alias, o titulo seria uma piada? (é o mesmo titulo de uma faixa do CD "Within the Ancient Forest" do Paramaecium, ex-banda de Ian). Enfim, mais uma ótima faixa, que alem de peso e intensidade, tem o que Ian sabe criar de melhor: sentimentos.
"Weep Not For Us" fecha o ciclo das melhores faixas do álbum. A parte com vocais limpos é simplesmente sensacional.
"Abelard and Heloise" inicia com um coral de vozes gregorianos ao fundo e uma narração feita pelo baixista Broomhead. Apos um solado de guitarra, toma-se ares mais épico-medievais, ate Ian entrar com seus guturais. Essa faixa inicia a parte mais arrastada e doom do álbum. O maior destaque aqui vai para a inserção de vocais femininos.
"In Ruins" mantem um pouco de peso, mas não é uma faixa muito atrativa.
"Lamentations" já inicia mais melódica e tem um decorrer meio depressivo. Parece dosar o Doom e Rock Gótico com passagens épicas e um pouco de Death Metal.
A faixa mais longa do CD (10min4s), "The Raven Sky" mantem a veia depressiva-doom, lembrando a antiga Visionare em alguns momentos. Possui belos momentos de reflexão. Otima para relaxar, a noite, deitado a cama. Participação especial de Cat Brazier tocando uma Flauta ao fim da musica.
Um violão folk e passagens no teclado dão o tom para a ultima faixa do álbum, "Oswiecim". Apos esta bela introdução e uma narração, com quase 3min, ha um silencio e então a sensação de um som noturno que se segue ate o final da faixa(!).
"The Dust of Years" possui ótimas faixas e momentos massantes, mas vale a pena escutar. Principalmente fãs do Seventh Angel e/ou de Doom Metal
NOTA: 4/5