sábado, 24 de dezembro de 2011

Evanescence...cristã?


Todo mundo conhece a famosa banda Evanescence. Aquela que todo roqueirinho poser afirma que é uma banda "gótica"! O estilo da banda (que não é o que importa aqui) é Metal Alternativo. Seu 1º álbum, "Fallen", ajudou a banda a ganhar dois Grammy Awards. E é sobre a genesi desse álbum que vamos falar.

No ano de 1994, em Little Rock, Arkansas, inicia-se a história da banda Evanescence. Ben Moody, com apenas quatorze anos de idade, participava de um acampamento para jovens promovido pela igreja local. Enquanto Ben acompanhava uma partida de basquetebol, percebeu do outro lado do ginásio, num palco, uma garota cantando e tocando ao piano a introdução da canção "I'd Do Anything for Love", do músico americano Meat Loaf.

A jovem, com apenas treze anos, que havia mudado-se recentemente com sua família para Little Rock, chamava-se Amy Lynn Lee. Seus pais, preocupados com o seu isolamento social, haviam encaminhado a garota para aquele acampamento, a fim de que pudesse fazer amizades e integrar-se entre os jovens cristãos da cidade. Mas Amy passava horas ao piano e pouco se interessava em conhecer os demais participantes.

Ao ouvi-la tocando, Ben Moody atravessou a quadra em direção à garota, ao aproximar-se, apresentou-se. Logo começaram a conversar; Amy mostrou a Ben algumas composições de sua autoria e concluíram que tinham a mesma tendência musical. Assim, Ben convenceu Amy a formarem uma banda. A banda, que até aquele momento era formada por apenas Ben, que fazia guitarras, baixo e arranjos eletrônicos; e Amy, responsável pelo piano e vocais; passaram por vários nomes como Childish Intentions e Strycken até resolverem chamar a banda de Evanescence.


Uma das primeiras composições gravadas pela dupla chamava-se "Understanding", que é definida pelo guitarrista, Ben Moody, como "um gótico ridículo de sete minutos". Mesmo assim, uma emissora de rádio de Little Rock, a KABF, passou a tocá-la num programa co-apresentado por Brad Caviness. Através desta divulgação, a Evanescence foi ganhando reputação e logo tornaram-se conhecidos em Little Rock. Apesar disso, por falta de condições para pagar outros músicos, a dupla ainda não tinha feito nenhuma apresentação ao vivo.
Entre 1997 e 1998, a Evanescence lança demos que levavam apenas quatro faixas, incluindo "October". O primeiro EP, lançado em dezembro de 1998 pela gravadora Bigwig Enterprises, leva o próprio nome da banda, Evanescence EP; e conta com as participações de William Boyd, Matt Outlaw e Rocky Gray.

William Rocky Gray (nascido em Jacksonville, Arkansas, 2 de Julho de 1974) também é cristão. Além de tocar bateria no Evanescence, ele também toca guitarra nas bandas de metal cristão Living Sacrifice e Soul Embraced.

"Fallen", gravado em Los Angeles, trouxe onze faixas em seu repertório, a maioria composta pelo trio Amy Lee, Ben Moody e David Hodges. Nas gravações deste trabalho, David assumiu o piano e teclado. A maior parte da produção ficou por conta de Dave Fortmann, mas Ben e Jay Baumgardner também cooperaram em "Bring Me to Life" e "My Immortal", respectivamente. Além dos músicos da banda, Francesco DiCosmo e Josh Freese participaram da gravação. A vendagem deste álbum foi de 16 milhões de discos no mundo inteiro.

"Fallen" foi o disco que definitivamente lançou a banda para o mundo e que rendeu muitos dólares e reconhecimento. Neste momento, a formação já estava estabilizada, com os amigos John LeCompt (guitarra), Rocky Gray (bateria) e Will Boyd (baixo), e pronta para percorrer o mundo em turnês.

Entre as canções desse álbum, valem destacar "Bring Me To Life" e "Tourniquet":

Preste bem atenção na letra da primeira:


"Como você pode ver dentro dos meus olhos como portas abertas?
Levando você até o meu interior
Onde me tornei tão entorpecida sem uma alma
Meu espírito dormindo em algum lugar frio
Até você encontrá-lo e levá-lo de volta pra casa

(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame o meu nome e salve-me da escuridão

(Acorde-me)
Faça o meu sangue correr
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei

Agora que eu sei o que me falta
Você não pode simplesmente me deixar
Dê-me fôlego e me faça real
Traga-me para vida

(Refrão)

Congelada por dentro sem o seu toque
Sem o seu amor, querido
Somente você é a vida entre os mortos

Todo esse tempo
Não posso acreditar que não pude ver
Mantida na escuridão, mas você estava lá na minha frente
Eu estive dormindo por mil anos, parece
Tenho que abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento, sem uma voz, sem uma alma
Não me deixe morrer aqui
Deve haver algo mais
Traga-me para a vida

(Refrão)"


Essa é uma das musicas mais famosas da banda e conta com a participação nos vocais de Paul McCoy, da também cristã 12 Stones. A faixa, inclusive, foi inclusa na trilha sonora do filme "Demolidor - O Homem Sem Medo" (Daredevil). A musica também ganhou o Grammy Awards como "Melhor Performance de Hard Rock".

A música "Tourniquet" é uma regravação de uma música composta por Rock Gray, que se chama "My Tourniquet" da sua outra banda Soul Embraced. No álbum "Fallen", a música sofreu uma transformação, estando diferente da original, inclusive em parte da letra. Confira um trecho:


"Você se lembra de mim?
Perdida há tanto tempo
Você vai ficar do outro lado
Ou você vai me esquecer?

Eu estou morrendo, orando, sangrando e gritando
Estou perdida demais para ser salva?
Estou perdida demais?

Meu Deus, meu torniquete
Retorne para mim, salvação
Meu Deus, meu torniquete
Retorne para mim, salvação"

Inicialmente promovidos em lojas cristãs, por terem suas músicas vendidas em lojas de música do gênero.

Em 24 de outubro de 2003, durante uma turnê européia, um notícia foi recebida com perplexidade e decepção pelos fãs: Ben Moody anuncia seu desligamento da banda, alegando diferenças criativas. Os motivos que levaram Ben a tomar esta atitude não ficaram muito claros. Por um tempo, os integrantes evitavam tocar no assunto. Mas um tempo depois, Amy declarou que a "sintonia" entre eles já não era como antes e, para o bem da banda, um deles tinha que sair. Porem, cerca de 10 anos depois, Ben resolveu desabafar, como pode ser visto AQUI.

Apos a saída de Ben, a banda parece ter tomado um rumo diferente e desde então, tem deixado claro que não querem ser considerados parte do gênero rock cristão. Quando perguntado pela Billboard em 2006 se a Evanescence foi uma "banda cristã", Amy Lee respondeu que tudo isso já era passado, e que era coisa de Moody. Em maio de 2007, Rock Gray também deixou o Evanescence e voltou para suas antigas bandas, Living Sacrifice e Soul Embraced.

Em 2009, Ben Moody e Rocky Gray, juntamente com também ex-membro John LeCompt, fundaram a banda positive We Are The Fallen.

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